Intimidação repudiada na <i>Portucel</i>

A União dos Sindicatos de Setúbal e o SITE Sul repudiaram, numa nota conjunta, «todas e quaisquer tentativas de intimidação a membros da sua estrutura». A posição foi tomada a propósito da deslocação de dois agentes da PSP à Portucel e ao local de trabalho de um dirigente sindical, no dia 9, véspera da concentração que os trabalhadores tinham decidido realizar em Lisboa, frente ao Hotel Altis, onde iria reunir-se a Assembleia-geral de accionistas da empresa.

Os polícias explicaram ao trabalhador e dirigente que tinha sido solicitada, a partir de Lisboa, a recolha de informações sobre a anunciada deslocação e explicaram que fora ele o escolhido, por ter prestado declarações a uma estação de televisão.

«Não tem qualquer justificação» esta intervenção da PSP, a qual «resulta numa tentativa de intimidação aos trabalhadores, ao dirigente sindical em causa e à comissão sindical», porque a Fiequimetal, federação de sindicatos do sector, tinha já comunicado «a quem de direito» a realização da concentração.

Para a USS e o sindicato, «é, no mínimo, bizarro o modo como foi permitida pela administração a entrada e deslocação das forças de segurança no interior da empresa e ao local de trabalho do dirigente sindical». Na nota recorda-se que a luta em curso na Portucel, que faz parte do Grupo Portucel Soporcel e onde a Semapa detém mais de 76 por cento do capital, tem por motivos a actualização salarial, a recusa da retirada de direitos e a exigência de aplicação do Acordo de Empresa a todos os trabalhadores das empresas do grupo (Arboser, EMA 21, Headbox e ATF).

No dia 12, em plenário, os trabalhadores reafirmaram que a Portucel tem todas as condições para satisfazer as reivindicações, como ficou comprovado na própria Assembleia-geral, e decidiram «suspender as acções em curso, até ao final do presente mês, permitindo toda a abertura e espaço à negociação ».

Questionado sobre a atribuição de um prémio de desempenho, um dirigente sindical explicou à agência Lusa que o mais importante é o salário, até porque «muitos trabalhadores perdem uma parte desse prémio, só porque usufruem dos direitos de paternidade ou porque lhes morre um familiar e faltam os dias a que têm direito». Só cerca de um terço dos trabalhadores recebem o prémio na totalidade, estimou Américo Flor.



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